Esta é uma sugestão de visita a locais próximos da Real Taverna Mata Bicho. Em comum todos têm o mesmo arquitecto: Ernesto Korrodi.
Outrora existiu neste local o palácio dos Marqueses de Vila Real, ponto de ligação entre o Rossio e a Praça de S. Martinho (Praça Rodrigues Lobo) através de um arco inferior. Em 1887 deu-se a sua expropriação com finalidade de alargar a rua.
O palácio, reconstruído em duas metades distintas, acabou por ser consumido pelo fogo no lado Austral, em Janeiro de 1914. O cuidado da sua restauração fica a cargo de Ernesto Korrodi.
Na sua concepção arquitectónica, o foco vai para as superfícies de azulejos de gosto “Arte Nova” a delinear as fachadas. É também um edifício cultural, já que no primeiro andar se encontrava o Grémio Literário e Recreativo, funcional até 1950.
Ernesto Korrodi publica, em 1889, os “Estudos de Reconstrução sobre o Castelo de Leiria”. Exemplar constituído por trinta e seis páginas de reproduções fotolitográficas dos desenhos originais, tem nele representadas vistas, plantas, perspectivas, detalhes e apontamentos do estado do monumento na época, enriquecido de breve descrição histórica.
Korrodi teve como base de inspiração Viollet-Le-Duc, a utopia do retorno ao passado imaginário, fazendo reviver monumentos através da sua restauração com formas e funções originais.
Em 1910 o Castelo foi designado como Monumento Nacional e posteriormente, em 1915, foi iniciada a sua reconstrução pela Liga dos Amigos do Castelo, sendo Ernesto Korrodi o Diretor Técnico. Serão recuperadas a Alcáçova, a Igreja de Nossa Senhora da Pena, a habilitação do VigárioGeral, as dependências junto à linha da muralha e os caminhos de ronda.
O projeto data de 1924, solicitado pela Direção do Banco de Portugal e foi inaugurado em 1929, cinco anos depois.
Ernesto Korrodi construiu uma fachada própria de edifícios apalaçados com formas a que designava de arquitectura tradicional da 1a metade do sec. XVIII.
A frontaria é composta de um pórtico monumental, com colunas de capitéis jónicos em pedra lioz, coroado pelas armas nacionais. A cornija termina num beiral saliente cuja função é meramente decorativa, mas complementa acentuando o movimento das formas. O edifício assenta sobre um embasamento duplo, em silhares almofadados. Os dois imponentes portões laterais rematados com cornijas distinguem o edifício, como peça arquitectónica, no contexto urbanístico adjacente.
Outrora era o Convento de Sant’Ana, em funcionamento desde 1495. Parte das suas instalações foram incendiadas como consequência da invasão francesa de 1810. Anos depois, o Ministério da Fazenda tomou posse do mesmo, que posteriormente cedeu à Câmara Municipal em 1903. Em 1919, Ernesto Korrodi elabora um projecto de construção de um Mercado fechado a mando da Vereação. O mesmo só viria a ser inaugurado em 1931.
Dentro das linhas setecentistas, procurou implementar uma arquitectura eclética que resultou numa planta trapezoidal irregular, composta por várias arcadas envidraçadas que delimitam um terreiro descoberto em todo o seu interior.
Projecto de adaptação e alteração de um prédio de habitação para José Gaudêncio Barreto. Elaborado em 1912, consistia em ampliar a área habitável. O arco, que vislumbra sobre a praça Rodrigues Lobo, foi transformado numa galeria envidraçada como referência ao antigo claustro, sublinhada nos capitéis e colunas a pretender como efeito. As suas varandas com cantarias e a pérgula do pátio interior sugerem um ambiente romântico de gosto italiano.
A 22 de Abril de 1907, D. Pedro Vieira da Silva (sec. XVIXVII), D. Manuel de Aguiar (sec. XVIIIXIX) e D. João Manso (sec. XVIII-XIX), três bispos da Diocese de Leiria foram homenageados.
Ernesto Korrodi ficou encarregue de desenhar as placas tumulares que ladeiam o altar de Nossa Sra da Conceição (Padroeira da Sé), no transepto do lado esquerdo, sendo a lápide de D. Manuel de Aguiar a maior e mais imponente, com realce para a arca tumular que ostenta.
Estas obras revelam uma inspiração clássica, uma harmonia severa das proporções, um carácter geometrizante e rigoroso e um jogo de cores simples, destacados pelo mármore e bronze.
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